Friday 10 June 2011

Anna e o Beijo Frances - Stephanie Perkins



“Isto é tudo o que sei sobre a França: Madeline, Amélie e Moulin Rouge. A Torre Eiffel e o Arco do Triunfo também,
embora eu não saiba qual a verdadeira função de nenhum dos dois. Napoleão, Maria Antonieta e vários reis chamados
Louis. Também não estou certa do que eles fizeram, mas acho que tem alguma coisa a ver com a Revolução Francesa,
que tem algo a ver com o Dia da Bastilha. O museu de arte chama-se Louvre, tem o formato de uma pirâmide, e a
Mona Lisa vive lá junto com a estátua da mulher sem braços. E tem cafés e bistrôs — ou qualquer nome que eles dão
a estes — em cada esquina... Não é que eu seja ingrata, quero dizer, é Paris. A Cidade Luz! A cidade mais romântica
do mundo.”
Anna Oliphant não está nada entusiasmada com a ideia de se mudar para Paris, já que seu pai, um famoso escritor
norte-americano, decidiu enviá-la para um colégio interno na Cidade Luz. Anna prefere ficar em Atlanta, onde tem
um bom emprego, uma melhor amiga fiel e um namoro prestes a acontecer.Mas, ao chegar a Paris, Anna conhece
Étienne St. Clair, um rapaz inteligente, charmoso e bonito. Só que Etiénne, além de tudo, tem uma namorada... Anna
e Etiénne se aproximam e as coisas ficam mais complicadas. Será que um ano inteiro de desencontros em Paris
terminará com o esperado beijo francês? Ou certas coisas simplesmente não estão destinadas a acontecer?
Stephanie Perkins escreveu um romance de estreia divertido, com personagens espirituosos que garantem dedos
formigando e corações derretendo.

Monday 6 June 2011

NAS TUAS MÃOS - Ines Pedrosa


"O amor não tem portas que possamos abrir e fechar, nem passagens secretas para um sótão onde possamos fazer férias dele. Toma conta de tudo em nós, envolve-nos como um lençol de tédio, sedoso, infindo. Ninguém fala deste tédio sublime, tão contrário à acção e à eficácia, imóvel inimigo do progresso do mundo. Só no trono do sonho, iluminado e funesto, o amor interessa. Prolongada, a vida torna-se demasiado curta e o amor ganha o ritmo da chuva que bate leve, levemente."

Romance vencedor do Prêmio Máximo de Literatura

Nas tuas mãos, originalmente lançado em 1997, é o segundo livro de Inês Pedrosa, uma das vozes femininas mais importantes da literatura portuguesa. No romance, a autora intercala os discursos de três mulheres de uma mesma família, entrecruzando memórias e pensamentos que ilustram três gerações. Mas indo além de seus conflitos íntimos, as personagens Jenny, Camila e Natália também dão voz a um século de mudanças históricas e sociais em Portugal.

Jenny, a avó, escreve um diário sobre as dificuldades do amor e sobre sua difícil relação com António, seu marido, que ela ama sem ser correspondida. Camila, a mãe, rememora, por meio de um álbum de fotografias, sua história de dores e militância política. E finalmente Natália, a filha, escreve cartas para a avó, nas quais expõe sua complicada relação com a mãe e a incansável luta em busca da felicidade.

Inês fala do amor em um estágio primitivo e em Nas tuas mãos, estão representadas grande parte das teorias já tecidas sobre este sentimento, especialmente no que se refere a sua relação com a ausência. "O que me interessa são as relações humanas, a minha paisagem são pessoas, no sentido em que os locais abstratos não me interessam em nada. Todos nós, mais do que consolação, precisamos de quem nos ajude a pensar em temas diferentes ou a encará-los de uma outra maneira. Nos meus livros procuro encontrar outras perspectivas para os assuntos que me tocam e que me interessam", explica.

RECEBI DE UMA AMIGA O SEGUINTE COMENTÁRIO: "..Chegou até mim com a suavidade das grandes coisas. Ninguém mo recomendou, acerca dele não sabia nada nem tinha nenhuma expectativa. Melhor assim. Maior o encantamento.


De Inês Pedrosa nunca havia lido nada (mea culpa! Mea culpa!). Agora quero ler tudo. Por este Nas tuas mãos, a autora foi distinguida com o Prémio Máxima de Literatura. Nada mais justo. O livro é um retracto belíssimo do sentir no feminino. Puro. Arrebatador. Sublime!


Através das vozes de três mulheres, com personalidades distintas, frutos de três gerações diferentes, ingressámos numa viagem que desemboca nas profundezas de cada um de nós.



É o amor visto na sua condição primordial. Estão lá estampadas as conclusões a que, de uma forma ou de outra, todos nós chegámos. «Descobri cedo nas fotografias da minha mãe que a felicidade é uma colecção de instantes suspensos sobre o tempo que só depois de amarelecidos pela ausência se revelam.»


Está lá também a evolução da sociedade portuguesa, tal como o papel da mulher nessa mesma sociedade, ao longo destas três vidas: desde submisso objecto de negociação entre mãe e marido, até à mulher emancipada (e quiçá insaciável) desta nossa era pós-moderna.


«Não sei fingir que amo pouco quando em mim ama tudo.» (Vergílio Ferreira)

É impossível passar ao lado de uma sensibilidade tão formidável. Ainda bem que existem autores que nos conseguem tocar assim..."