Tuesday, 31 January 2012

A VIDA SECRETA DA GENTE - Maria Sanz Martins


A vida secreta da gente traz para o leitor as impressões de uma observadora sobre o cotidiano. Apaixonada pela vida, Maria discorre sobre o amor, o desamor, a infância, a adolescência e a liberdade.

A capixaba Maria Sanz Martins já fez de quase tudo na vida. Passou de advogada a designer, cursou artes plásticas e fotografia, dedicou-se à produção e crítica de moda e, de forma natural, virou escritora. E se sua trajetória não foi pautada por linearidade, foi sim desenhada por uma vontade imensamente curiosa de espiar o mundo. Instintiva observadora das relações humanas, Maria fez da percepção afiada seu melhor instrumento: analisou desfiles, produziu figurinos e, passado um tempo, aceitou que fazer crônicas do cotidiano era uma habilidade que ela não podia ignorar.

Dos tempos da moda, Maria aprendeu a nunca desdenhar qualquer conhecimento que tivesse. Moda, para ela, é exercício de olhar – e para isso é preciso deixar o pensamento dar voltas, buscar profundidade, agregar vivências. Unindo os pontos, Maria investigava os porquês no mundo fashion, apesar de se sentir cansada das imposições e regras que mudavam a cada estação. Foi quando, em uma temporada na Austrália, a escritora percebeu que tinha perdido o encantamento pela área – o que atribui, de certa forma, ao ritmo frenético e ao peso do que tinha virado um grande mercado.

A mudança para as crônicas se deu sem rupturas. Foi um mero ajuste de foco, que a fez alterar a observação do mundo exterior para algo que sempre a encantou: olhar para dentro, sentir os próprios impulsos, desejos e suspiros. Começou com o blog No Provador, (http://noprovador.com) e aos poucos a escrita foi ficando mais solta e fluida, até não caber mais no mundo digital. As crônicas queriam morar no papel, e ganharam as folhas de jornal e depois o livro A Vida Secreta da Gente, lançado dia 16 de janeiro em Porto Alegre.

Citando Rubem Braga, ela contou que a crônica a obriga a viver em voz alta, algo que a periodicidade do jornal impõe. Maria escreve sem rebuscamento, e seus textos são fáceis de ler – mas jamais simples. Falam de fatos diários ou de descobertas que mudam o curso da vida, coisas comuns a tantas pessoas que acabam encontrando nas palavras dela um recanto para pensar. E assim, com a vida de Maria que vira crônica, muitas outras vidas se identificam.

Ao abrir a capa, toda dobradinha para aguçar a curiosidade, vai se revelando um pequeno mural de memórias. E no meio das páginas do livro, ilustrações delicadas de passarinhos, cabides, sapatilhas de bailarina, barcos e até diamantes – sonho e realidade, tudo no traçado simples que faz da Maria alguém para se conhecer.

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