A SENHORA DOS SONHOS

Ana Fernández lava, passa, cozinha, tira o pó dos móveis, cuida do marido e dos dois filhos que passam o dia todo fora de casa. Vidinha monótona, repetitiva, sem divertimentos e sem reclamações. Um certo dia, depois de fazer as compras para o jantar, Ana sente-se compelida a comprar um livro. A partir daí, tudo que se costuma falar sobre o hábito da leitura em sentido figurado — as aventuras que propõe, as viagens que proporciona, as fantasias que desperta — é vivido pela protagonista com toda intensidade. A SENHORA DOS SONHOS é uma obra charmosa, envolvente, bem-humorada e irresistível sobre o fascínio dos livros. É também a confirmação do aguçado poder de observação e do estilo ágil e vigoroso da mexicana Sara Sef.

Depois do prazer da descoberta, a leitura torna-se um hábito e, em seguida, um vício, e Ana envolve-se mais e mais com cada livro, passando a viver a história dos personagena como se fosse sua. Ela viaja pela Índia, Cuba, Rússia, e leva para sua casa e sua vida as características de cada um desses países. Assim, um dia ela é uma mulher subserviente; outro dia, uma anfitriã refinada; depois, uma comunista, ou uma naturalista. Fantasias assustadoras demais para sua família. Enquanto o filho tenta apoiá-la, o marido não compreende mais a mulher, a filha a acusa de atrapalhar seus sonhos casamenteiros, e todos vão parar no consultório do psiquiatra.

A SENHORA DOS SONHOS é um dom Quixote mexicano, uma madame Bovary contemporânea, que vive em um universo delimitado pelas quatro paredes de sua casa e busca sua redenção nos sonhos. Sara Sef é socióloga, ensaísta e tradutora. Publicou diversos livros e artigos sobre literatura, entre os quais Ideología y ficción en Luis Spota e México, país de ideas, país de novelas. Seu romance de estréia, Demasiado amor, recebeu o prêmio Agustín Yañez de 1990.
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