Monday 17 January 2011

A Chave de Sarah de Tatiana de Rosnay



"Os personagens de A Chave de Sarah são inteiramente fictícios. Mas vários dos eventos aqui descritos não o são, principalmente aqueles que ocorreram na França ocupada durante o verão de 1942, e em particular a grande concentração no Vélodrome d’Hiver, que ocorreu em 16 de julho de 1942, no coração de Paris.

O romance não é uma história e não tem a intenção de sê-lo. Esta á a minha homenagem às crianças do Vel’d’Hiv. Às crianças que nunca voltaram. E àquelas que sobreviveram para contar.

É assim que a escritora francesa Tatiana de Rosnay apresenta A Chave de Sarah. O livro traz à tona um dos episódios mais vergonhosos da história francesa: a prisão em massa de judeus parisienses no verão de 42, quando quase 13 mil pessoas foram capturadas pela polícia francesa no dia 16 de julho. Levados para o Vélodrome d’Hiver, uma antiga arena de ciclismo, próxima à Torre Eiffel, eles ficaram detidos por uma semana antes de serem enviados de trem para Auschwitz.

A autora explica que para a França, especialmente para a geração nascida no início doas anos 60, a história de Vel d´Hiv não faz parte do currículo escolar: “Eu não sabia do que se tratava até o discurso de Jacques Chirac em 1995 – ele foi o primeiro presidente a admitir a responsabilidade da França neste evento, sem culpar os nazista. Essa foi a primeira vez que eu ouvi o termo rafle du Vel d’Hiv. Eu pensei: tenho que escrever sobre isso, mas como? Eu não sou historiadora, eu não sou judia, eu não tenho nenhuma razão legítima para escrever sobre isso, exceto o fato de ser francesa.”

Em A Chave de Sarah, Julia Jarmond, uma jornalista americana que vive na França, é designada para cobrir as comemorações do 60º aniversário do Vel d’Hiv, episódio do qual ela nunca ouvira falar até então. Ao apurar os fatos ocorridos, a repórter constata que o apartamento para o qual ela e o marido planejam se mudar pertenceu aos Starzynski, uma família judia imigrante que fora desapossada pelo governo francês da ocupação, e em seguida comprado pelos avós de Bertrand. Julia decide então descobrir o destino dos ocupantes anteriores – e a história de Sarah, a única sobrevivente dos Starzynski, é revelada.

A família de Sarah foi uma das muitas brutalmente arrancadas de casa pela polícia do governo colaboracionista francês. Michel, irmão mais novo da garota, se esconde em um armário, e Sarah o tranca lá dentro. Ela fica com a chave, acreditando que em poucas horas estará de volta.


A Chave de Sarah retrata a sofrida jornada da menina em busca de sua liberdade: dos terríveis dias em campos de concentração aos momentos de tensão na clandestinidade, e, por fim, seu paradeiro após a guerra. E à medida que a trajetória de Sarah é revelada, mais segredos são desenterrados.

Tatiana de Rosnay acredita que nos últimos anos, especialmente depois das comemorações do 60º aniversário da liberação dos campos, os franceses ficaram saturados dos assuntos relacionados à ocupação nazista: “Eu percebi isso durante a turnê de lançamento do livro. As pessoas o pegavam, liam Auschwitz na capa e diziam: ‘Oh, Deus’. Então eu explicava que o livro não era sobre Auschwitz, e sim sobre um episódio organizado pela polícia francesa que aconteceu em Paris há 65 anos – e a maioria de nós não sabe nada a respeito. Então eles comentavam: ‘A concentração do Vel’ d’Hiv? Nós sabemos sobre isso sim’. E eu perguntava: ‘Quem organizou isso?’. ‘Os alemães’, eles respondiam. ‘Quantas pessoas foram presas?’ ‘Duas mil’, elas diziam. ‘Não! Foram 13 mil, das quais 4 mil eram crianças’.”


ESTE FOI O LIVRO QUE MAIS ME MARCOU DE TODOS QUE LI DESDE NOVEMBRO/10. JÁ LI ATE AGORA 8 LIVROS E 2 EM ANDAMENTO. ESTE ME LIVRO ME LIBEROU DE UMA IGNORANCIA VERGONHOSA. LAMENTEI MINHAS AULAS DE HISTÓRIA E VI QUE AGORA, MAIS MADURA, ESTOU APRENDENDO COISAS QUE DEVERIA TER APRENDIDO HA MUITOS ANOS ATRAS. ESTE LIVRO DESENCADEOU PESQUISAS PELA INTERNET, DEBATES NA CONFRARIA QUE FORAM AS MAIS BELAS AULAS DE HISTÓRIA QUE JÁ TIVE. ESTE LIVRO ME TIROU DA ESCURIDÃO. TIVE VERGONHA DA MINHA IGNORÂNCIA E HOJE SOU OUTRA PESSOA POR CAUSA DELE.
MUITOS DEBATES HAVERAO E DIGO QUE NAO TERMINOU AQUI. DEPOIS DELE LI O MENINO DO PIJAMA LISTRADO, QUE POSTAREI LOGO EM SEGUIDA.

A CHAVE DE SARAH É UM LIVRO QUE PRENDE, DAQUELES QUE NOS CATIVA A CADA LINHA. EM 48 HORAS ENCERREI O LIVRO E UM CAPÍTULO DA MINHA VIDA. RECOMENDO E MUITO!!!!

2 comments:

  1. Eu simplismente amei o livro A chave de Sarah, que resolvi escrever sobre ele em meu blog. O que mais me espantou foi que ao procurar uma foto de livro no Google, encontrei o seu blog e esse texto sobre o livro.E aindo foi maior o espanto quantdo vi que seu blog é " igual" ao meu!
    Assim como você, eu também recomendo o livro!
    Parabéns pelo bom gosto!

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  2. CHEZ obrigada pelo comentário. Espero que possamos trocar dicas de livros. Adorei ter mais uma seguidora. Nem sabia da existencia do teu blog e se ambos estao "iguais" é porque temos muito bom gosto. Já sou seguidora do teu também. bj

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